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Segundo estudo R$ 7 Mil deveria ser o salário mínimo ideal no Brasil

O valor que o salário mínimo nacional deveria alcançar para suprir adequadamente as necessidades básicas de uma família brasileira tem se mantido acima da marca de R$ 7 mil, segundo cálculos recentes do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Os dados mais recentes do Dieese, com base em sua Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) e considerando o mês de setembro de 2025, indicam que o salário mínimo ideal (ou ‘necessário’) para o país deveria ser de R$ 7.075,83.

A Constituição e a Realidade

O cálculo do Dieese parte de uma premissa constitucional. Segundo o Artigo 7º da Constituição Federal, o salário mínimo deve ser suficiente para atender às necessidades vitais básicas do trabalhador e de sua família, incluindo:

  • Alimentação
  • Moradia
  • Saúde
  • Educação
  • Vestuário
  • Higiene
  • Transporte
  • Lazer
  • Previdência Social

Em comparação com o valor nominal do salário mínimo vigente no mesmo período (setembro de 2025: R$ 1.518,00), o valor ideal estimado pelo Dieese é cerca de 4,7 vezes maior.

Como o Valor é Calculado?

O Dieese utiliza como base o custo da cesta básica de alimentos mais cara registrada entre as 17 capitais brasileiras pesquisadas mensalmente. A partir desse custo, a entidade projeta qual seria a renda mínima necessária para que uma família padrão de quatro pessoas (dois adultos e duas crianças) pudesse arcar com todas as despesas vitais listadas na Constituição.

Exemplo: Em setembro de 2025, o custo da cesta básica mais alta foi registrado em São Paulo, no valor de R$ 842,26 (referência da pesquisa). Este é o ponto de partida para a projeção do salário mínimo necessário.

Impacto no Poder de Compra

A grande disparidade entre o salário mínimo nominal e o valor necessário demonstra o baixo poder de compra do trabalhador brasileiro que recebe o piso nacional.

  • No mesmo período (setembro de 2025), o trabalhador que recebia o salário mínimo comprometia, em média, cerca de 49,89% de sua renda líquida (após desconto da Previdência) apenas para adquirir os produtos alimentícios da cesta básica.

Apesar da implementação da nova política de valorização do salário mínimo – que prevê reajustes pela inflação (INPC) e o crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) –, o Dieese continua a destacar que a recomposição do poder de compra ainda está distante de garantir o atendimento pleno das necessidades familiares como estabelecido pela lei.

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