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Contran Aprova Fim da Obrigatoriedade de Autoescola para CNH: Mudanças Visam Redução de Custos e Maior Acessibilidade

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) aprovou, por unanimidade, nesta segunda-feira (1º de dezembro de 2025), uma resolução que moderniza e simplifica drasticamente o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil, pondo fim à exigência de frequentar uma autoescola (Centro de Formação de Condutores – CFC) para a formação de novos motoristas.

A medida, que passará a vigorar após a publicação no Diário Oficial da União (DOU), tem como principal objetivo democratizar o acesso à CNH e reduzir os custos, que atualmente podem chegar a até R$ 5 mil. O Ministério dos Transportes projeta que, com as mudanças, o custo total para o cidadão pode cair em até 80%.

Principais Mudanças no Processo de Habilitação

As alterações estruturais focam na avaliação da competência do candidato, em linha com modelos internacionais adotados em países como Estados Unidos, Reino Unido e Canadá, em vez da simples contagem de horas-aula obrigatórias.

1. Fim da Obrigatoriedade de Autoescola (CFC)

  • Conteúdo Teórico: O Ministério dos Transportes irá disponibilizar todo o conteúdo teórico de forma gratuita e online para os candidatos. Não haverá mais uma carga horária mínima obrigatória (que antes era de 45 horas).
    • Opções de Estudo: O candidato terá liberdade para se preparar por conta própria, usando o material gratuito do governo, ou optar por aulas presenciais em autoescolas ou instituições credenciadas, que permanecem como opção.
  • Preparação Prática: A obrigatoriedade de ter aulas em autoescola é eliminada. O candidato pode escolher se preparar com:
    • Autoescolas tradicionais.
    • Instrutores autônomos credenciados pelos Detrans (órgãos estaduais).
    • Preparação personalizada (a nova regra permite o uso de veículo próprio para as aulas práticas, eliminando a exigência de carro com duplo comando).

2. Redução Drástica das Aulas Práticas

  • A exigência mínima de aulas práticas para as categorias A (moto) e B (carro) cairá de 20 horas-aula para apenas 2 horas-aula obrigatórias. O candidato decide, com base em sua necessidade e preparo, se precisará de mais tempo de prática.

3. Processo Mais Digital e Acessível

  • Abertura do Processo: Poderá ser feita de forma digital pelo site do Ministério dos Transportes ou pelo aplicativo da Carteira Digital de Trânsito (CDT).
  • Etapas Presenciais: O cidadão só precisará ir presencialmente para as etapas obrigatórias que exigem a presença física, como a coleta biométrica, o exame médico e psicológico, e a prova prática de direção veicular.

4. Flexibilização de Prazos e Retestes

  • Prazo do Processo: O candidato não terá mais um prazo mínimo ou máximo para concluir o processo de habilitação (anteriormente, o limite era de 12 meses).
  • Reprovação: Em caso de reprovação no primeiro teste, não haverá cobrança de taxas adicionais para o reteste.

O Rigor das Provas é Mantido

O ministro dos Transportes, Renan Filho, enfatizou que, apesar da flexibilização das aulas, o rigor nos exames teórico e prático será mantido para garantir a segurança no trânsito.

“As aulas, por si só, não garantem que alguém esteja apto a dirigir. O que garante é a prova. O novo modelo segue padrões internacionais… onde o foco é a avaliação, não a quantidade de aulas”, afirmou o ministro.

A Prova Teórica e a Prova Prática de direção continuam sendo obrigatórias e devem ser aprovadas para a expedição da Permissão para Dirigir (PPD), válida por um ano. Além disso, as regras para os requisitos básicos para tirar a CNH (idade mínima de 18 anos, saber ler e escrever, ter documento de identidade e CPF) permanecem inalteradas.

Impacto e Polêmica ⚠️

A principal motivação do governo é a inclusão de milhões de brasileiros que hoje dirigem sem habilitação ou que não conseguem arcar com os custos altos do processo atual.

  • Beneficiados: A mudança deve beneficiar especialmente jovens de baixa renda, trabalhadores informais que necessitam da CNH para emprego e moradores de regiões mais afastadas com poucas autoescolas.
  • Controvérsia: A Federação Nacional das Autoescolas (Feneauto) já sinalizou que prepara um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a decisão do Contran, alertando para o risco de queda na qualidade dos condutores formados e o impacto no modelo de negócios dos Centros de Formação.

A sociedade agora aguarda a publicação oficial da resolução no DOU para que as novas regras entrem efetivamente em vigor em todo o território nacional.

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