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Tornado de 250KM/H deixa mais 750 pessoas feridas e causa destruição massiva no Paraná

Tornado Histórico no Paraná Expõe a Vulnerabilidade Climática e Deixa Rastro de Destruição Inédito

O estado do Paraná foi palco de uma das catástrofes meteorológicas mais severas de sua história recente, com a passagem de um tornado de alta intensidade na última sexta-feira (7). O fenômeno devastou a região Centro-Sul, com destaque para o município de Rio Bonito do Iguaçu, onde a escala da destruição acende um alerta sobre a crescente frequência de eventos climáticos extremos.

O Balanço da Tragédia e a Devastação de Rio Bonito do Iguaçu

A passagem do tornado resultou em um cenário de destruição massiva e contabiliza um saldo trágico. A Defesa Civil do Paraná confirmou seis mortes — cinco em Rio Bonito do Iguaçu e uma em Guarapuava — e mais de 750 pessoas feridas.

O epicentro da calamidade, Rio Bonito do Iguaçu, teve sua infraestrutura dizimada. Estima-se que até 90% das edificações da cidade foram atingidas, resultando em inúmeros colapsos estruturais de residências, comércios e órgãos públicos. A malha viária e as redes de energia e saneamento foram comprometidas, deixando grande parte da população sem água e eletricidade. O governador do Paraná, Ratinho Junior, classificou o evento como “sem precedentes” e decretou estado de calamidade pública na cidade.

Análise Meteorológica: Um Tornado F3 e a Formação Climática

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) confirmou o fenômeno como um tornado, classificado com intensidade F3 na Escala Fujita, com ventos que ultrapassaram 250 km/h em alguns pontos. Tornados deste nível são capazes de demolir casas, derrubar silos e postos de gasolina, configurando um evento de violência e poder destrutivo raramente vistos no estado.

A causa do fenômeno está diretamente ligada à dinâmica climática da região: a passagem de uma frente fria associada à formação de um ciclone extratropical na costa Sul do Brasil. Essa combinação gerou “supercélulas de tempestade”, as nuvens mais propensas à formação de tornados. Especialistas do Simepar ressaltam que tornados fazem parte da climatologia do Sul, especialmente na primavera, mas o impacto deste foi potencializado por cruzar diretamente uma área urbana.

Esforço Humanitário e o Alerta Climático

Diante da urgência, uma força-tarefa de resgate, composta por Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e Defesa Civil, foi imediatamente mobilizada, atuando no socorro a feridos e na busca por possíveis soterrados. O Governo Federal atendeu ao pedido de ajuda, anunciando o envio de apoio logístico e humanitário para a reconstrução. Em reconhecimento à tragédia, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi suspenso em Rio Bonito do Iguaçu.

A devastação serve como um lembrete severo da vulnerabilidade do Sul do Brasil a desastres naturais potencializados por mudanças climáticas. A intensificação de eventos como o tornado no Paraná — e as cheias e vendavais observados em outras partes do Sul recentemente — reforça a necessidade urgente de aprimoramento nos sistemas de monitoramento, planos de emergência e na resiliência da infraestrutura urbana para lidar com a nova realidade de extremos climáticos.

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