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Exploração de petróleo na Foz do Amazonas: nova fronteira energética com alto risco ambiental

A região da Foz do Amazonas, localizada na costa do estado do Amapá, virou uma das frentes mais disputadas da indústria petrolífera nacional. A estatal Petrobras e outras grandes petrolíferas internacionais avançam em licenças e blocos de exploração, mas enfrentam oposição crescente de cientistas, ambientalistas e comunidades tradicionais. Veja abaixo os principais pontos da notícia — e o que está em jogo para o meio ambiente e para o Brasil.

O que está planejado

  • A Petrobras obteve autorização do IBAMA para perfuração exploratória na bacia da Foz do Amazonas, com prazo estimado de até sete anos para início da produção.
  • O bloco mais citado é o Bloco 59, situado a cerca de 160 km da costa do Amapá.
  • A Agência Nacional do Petróleo (ANP) promoveu leilões que ampliaram a área de concessões na chamada Margem Equatorial, onde a bacia da Foz está inserida.

Por que tem risco ambiental elevado

  • O IBAMA atribuiu ao projeto de exploração na Foz do Amazonas o índice máximo de impacto ambiental permitido pela legislação — índice de 0,5% numa escala de 0 a 0,5.
  • Estimativas sugerem que a queima do petróleo proveniente dessa bacia poderia gerar até 4,7 bilhões de toneladas de CO₂ equivalente, mais do que o Brasil inteiro em alguns anos de desmatamento.
  • A região abriga ecossistemas pouco estudados, com correntes marítimas fortes, vida marinha vulnerável (tartarugas, mamíferos marinhos) e comunidades tradicionais como pescadores, quilombolas e povos indígenas. Um derramamento ou falha operacional seria altamente danoso.

O embate político & social

  • O ministério público e especialistas ambientais entraram com ações para suspender leilões ou exigir estudos mais detalhados antes de autorizar a produção. Eles argumentam que a exploração contraria compromissos climáticos do país.
  • Pesquisa recente revela que 61% dos brasileiros se opõem à exploração de petróleo nessa região costeira amazônica — oposição maior entre jovens de 16-24 anos.
  • Em paralelo, o setor de petróleo vê na Foz do Amazonas uma “nova fronteira” para compensar a queda na produção do pré-sal. A Petrobras chegou a mencionar a possibilidade de produção em 7 a 8 anos caso sejam confirmadas as reservas.

Consequências para o futuro

  • Se a exploração avançar, o Brasil poderá ampliar sua produção de óleo-e-gás — porém isso cria um conflito com metas de redução de emissões e com a reputação do país em políticas ambientais.
  • Comunidades litorâneas do Amapá poderiam ter sua subsistência afetada: pesca, turismo e modo de vida tradicional ficam em risco em caso de vazamento ou incidente.
  • Em âmbito climático, investir em novos campos de petróleo entra em contradição com a urgência da transição energética, alertam pesquisadores.

O que ainda está por decidir

  • A eficácia de planos de contingência da Petrobras para fauna e derrames, exigida pelo IBAMA como condição para licença.
  • A homologação ou não de leilões, e a realização de estudos ambientais mais amplos. Alguns pedidos judiciais pedem que se impeça a exploração até que estudos completos sejam feitos.
  • Como será o monitoramento da biodiversidade, das comunidades tradicionais e das emissões ao clima — setor que historicamente enfrenta desafios operacionais.

Para o Brasil: avançar na exploração da Foz do Amazonas significa conciliar desenvolvimento econômico com proteção ambiental — um desafio que está sob os holofotes em pleno debate internacional, especialmente com a realização da COP30 no país.

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