Com o começo da estação de chuvas, aumenta também o risco de dengue, uma doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Quando há calor e muitas precipitações, surgem poças, recipientes acumulando água e locais onde o mosquito pode depositar ovos — e isso favorece sua proliferação. Dados do Ministério da Saúde mostram que o padrão da dengue é sazonal, com mais casos entre outubro e maio, quando as condições climáticas são ideais para o vetor.
O Aedes aegypti é um mosquito doméstico: vive perto ou dentro de residências e deposita seus ovos em recipientes com água parada, como vasos, pneus, garrafas, pratos de plantas, calhas entupidas, tambores descobertos e até tampas de recipientes pequenos. O ciclo do ovo ao mosquito adulto costuma durar de 7 a 10 dias — por isso é importante a eliminação rápida de focos.
Doenças transmitidas e sintomas: do leve ao grave
Quando infectado por um dos vírus da dengue, o mosquito pode transmitir a doença por meio da picada. Quem contrai pode apresentar diferentes formas:
Formas leves ou clássicas
- Febre alta (às vezes súbita)
- Dor de cabeça intensa
- Dores musculares e articulares
- Dor atrás dos olhos
- Manchas vermelhas na pele
- Náuseas, vômitos e mal-estar geral
- Fadiga, falta de apetite e fraqueza
Formas mais graves
À medida que o quadro progride, podem surgir sinais de alarme como: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, sangramentos (gengivas, nariz, fezes com sangue), tontura ou desmaio, acúmulo de líquidos e dificuldade para respirar. Essa evolução exige atenção médica urgente.
É importante saber que nem todas as pessoas infectadas manifestam sintomas: muitos casos são assintomáticos ou moderados.
Por que a chuva favorece o aumento da dengue
- A cada chuva forte, muitos recipientes acumulam água temporariamente (pratos de vasos, tampas, lonas, entulhos).
- Se não forem esvaziados ou limpos, servem como criadouros para ovos de mosquito.
- Quando o ambiente permanece úmido e com calor, o ciclo reprodutivo do mosquito acelera.
- A população de mosquitos — e, portanto, o risco de transmissão — tende a crescer significativamente nesses períodos.
Modelos científicos mostram que a população de mosquitos está fortemente relacionada às precipitações: anos com chuva acentuada tendem a registrar picos de infestação se não houver controle eficiente.
Prevenção: o que você pode fazer
A melhor arma contra a dengue é a ação de cada pessoa. Veja atitudes práticas:
- Inspeção semanal da casa: identificar recipientes com água parada e eliminá-los.
- Tampar caixas de água e reservatórios.
- Lavar com sabão e escova os locais que acumulam água.
- Colocar areia nos pratinhos de plantas ou vasos.
- Vedar ralos, calhas e lajes para evitar acúmulo de água.
- Manter piscina com cloro e sempre limpa.
- Evitar acumular lixo ou entulho que possa reter água.
- Usar repelentes, instalar telas nas janelas e dormir com mosquiteiro.
- Colaborar com campanhas municipais e mutirões de limpeza.
Desde 2024, a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo uma ferramenta adicional de prevenção, embora o controle do mosquito continue essencial.
Cuidados pessoais e colaboração coletiva
Se você sentir sintomas sugestivos de dengue, procure atendimento médico imediatamente. Hidratação intensa e repouso são medidas fundamentais. Evite automedicação, especialmente com anti-inflamatórios comuns ou aspirina, pois podem aumentar o risco de sangramento.
Mesmo quem mora em áreas já controladas deve manter vigilância constante. O mosquito não respeita limites: se um bairro descuidar, ele pode se espalhar. Por isso, a colaboração coletiva importa. Se cada morador fizer sua parte — eliminar focos, cuidar de recipientes, apoiar a limpeza pública —, a comunidade inteira fica mais protegida.
O combate à dengue exige atenção constante, mas com informação e atitudes simples podemos diminuir muito os casos. Fique alerta, proteja a sua casa e incentive seus vizinhos a fazer o mesmo. Sua saúde depende disso — e agora você já sabe como agir.













