O avanço da internet e das redes sociais trouxe oportunidades de aprendizado e entretenimento, mas também abriu espaço para um problema crescente: a adultização de crianças e adolescentes. Esse fenômeno ocorre quando menores são expostos precocemente a comportamentos, responsabilidades ou conteúdos típicos da vida adulta, prejudicando seu desenvolvimento emocional, psicológico e social.
Adultização envolve sexualização precoce, imposição de responsabilidades financeiras, exposição excessiva em redes sociais ou incentivo a padrões de beleza e consumo que não correspondem à idade das crianças. No contexto digital, a monetização e o engajamento nas redes podem incentivar pais e terceiros a expor menores para lucro, colocando-os em risco.
Casos recentes, como a denúncia feita pelo youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, mostram a gravidade do problema. Ele revelou redes de exploração digital de menores, com algoritmos que promovem conteúdo sexualizado e situações de adultização, além de práticas de monetização que transformam crianças em produtos de marketing. A denúncia levou à prisão preventiva de um influenciador e seu parceiro, que exploravam adolescentes em conteúdos para redes sociais.
Impactos da adultização
Especialistas alertam que crianças submetidas a adultização podem apresentar:
- Psicológicos: aumento de ansiedade, estresse, baixa autoestima, insegurança e problemas de autoimagem;
- Comportamentais: dificuldades de socialização, irritabilidade, rebeldia e problemas de atenção;
- No desenvolvimento da identidade: limitação na exploração de gostos e preferências próprias da infância, com perda de experiências fundamentais para a maturidade emocional.
Como proteger as crianças
Pais e responsáveis podem adotar medidas práticas para proteger os filhos:
- Monitorar o uso de telas: limitar tempo online e supervisionar conteúdo acessado, principalmente em redes sociais;
- Preservar a infância: incentivar brincadeiras, leituras e interação com outras crianças, mantendo o universo infantil;
- Ambiente seguro: evitar exposição do rosto em redes, preferindo fotos de longe ou em contexto neutro;
- Buscar orientação profissional: psicólogos ou especialistas em desenvolvimento infantil podem orientar sobre limites e riscos;
- Apoiar políticas públicas: incentivar leis e mecanismos de proteção digital que restrinjam conteúdos prejudiciais a menores.
A adultização é uma questão que exige atenção imediata. O alerta é claro: crianças não devem ser tratadas como adultos nem expostas a conteúdos que comprometem sua segurança e bem-estar. Denúncias, conscientização e supervisão parental são fundamentais para garantir que os direitos e a infância das crianças sejam respeitados, evitando traumas duradouros e impactos na saúde mental.
Para casos de exploração ou suspeita de adultização, é possível acionar órgãos de proteção como o Conselho Tutelar, Ministério Público ou denunciar através de plataformas seguras das redes sociais. A prevenção começa em casa, com pais atentos e conscientes do papel de cada criança no mundo digital.













